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• Quando você começou a ter interesse por ciências exatas, mais especificamente por matemática?

  Aproximadamente ao final da Oitava Série (Nono Ano). Contudo, o gosto verdadeiro surgiu ao longo do ensino médio, graças a uma série de professores que ensinavam a matéria com exemplos práticos da vida e sempre indagando a origem daquilo que estava sendo ensinado.

• Qual matemático, fórmula e/ou teorema que vem primeiro à sua mente? Qual o significado desta resposta para você (seja este positivo ou negativo)?

  Gosto muito da fórmula de somatório de termos de uma PA. Poucos sabem, mas é uma história de castigo de um professor ao pequeno aluno Gauss. Brilhantemente, Gauss resolvera o somatório de 1 a 100 em poucos minutos, embasbacando seu professor.
  Essa história é digna de nota pois resultados excepcionais podem ser alcançados por fontes surpreendentes, tanto na matemática quanto na vida.
  Outro ponto interessante é que o professor de Gauss recebeu os louros de inventar a fórmula do somatório de termos de PA, sendo desmascarado anos depois.

• Você prefere álgebra ou geometria? Conte-nos mais sobre sua área favorita!

  Gosto das duas, mas prefiro a álgebra, pois é mais abstrata que a geometria, portanto estimula mais o pensamento do aluno. O interessante de ensinar um conteúdo novo são as perguntas do aluno, que hora parecem simples, mas hora te deixam sem respostas. É nesses momentos que a lógica do aluno supera a importância do conteúdo.

• Agora é o momento da confissão! Diga a verdade: você também já sofreu algum dia com a matemática… Como foi?

  Fiz aulas particulares, mesmo quando achava que não precisava. Eu lembro como se fosse hoje, "porquê minha mãe está gastando dinheiro com aula, se eu poderia usar o dinheiro para comprar algo para mim?".
  A aula ajuda muito o aluno a superar o obstáculo, mas também mostra para ele que ele é capaz de aprender e que aquele dinheiro pode ser usado para coisas do gosto dele.

• O que você diria a um aluno que afirma que 'Bhaskara não serve para nada' ou que 'a matemática com um todo não serve para nada'?

  Eu gosto de jogar essas perguntas no meio das reflexões da aula. São inerentes ao conteúdo e muitos -ou todos- têm elas ao longo das aulas.
  Normalmente, quando se ensina Bhaskara, pode ser que o aluno não vá utilizar a fórmula na vida adulta, mas o importante são os conceitos de lógica e raciocínio que estão por trás do aprendizado do conteúdo.
  Os alunos geralmente se impõem a aprender esse conteúdo quando os professores ministram a disciplina de forma doutrinadora, impositiva.
  Se o professor demonstrar que essas perguntas, nada mais são que parte do processo de aprendizado, e que a matéria é mero detalhe ao aprendizado, o aluno irá ter prazer em aprender e tais perguntas perdem o sentido negativo.

• Qual é a fórmula perfeita para ser um Superprof de matemática?

  Paciência com as dúvidas do aluno e com os resultados que levam certo tempo a chegar.
  Comprometimento com listas extras, exemplos práticos. Hoje em dia muitas crianças e jovens não passaram pelas mesmas experiências que muitos de nós professores passamos (Fui explicar o que é eletrostática em física para uma jovem e ela nunca havia levado um choque na vida).
  Finalmente, o mais importante é o reforço positivo constante. É muito importante inserir frases positivas em trechos da aula: "Você está indo muito bem." , "Meses atrás você já estava muito bem, hoje então nem se fala..."